AUTO-HEMOTERAPIA Pelo Dr Luiz Moura
Entrevista com Dr. Luiz Moura
(resumo a partir da transcrição do vídeo que você pode acompanhar após o texto)
INÍCIO E APLICAÇÃO DA PRÁTICA DA AUTO-HEMOTERAPIA
Eu comecei a aplicar a auto-hemoterapia ainda como estudante de medicina, em 1943. Eu entrei na Faculdade Nacional de Medicina, que era na Praia Vermelha (no Rio de Janeiro). E o meu pai era professor dessa mesma faculdade, ele era também chefe enfermaria da Santa Casa e cirurgião geral. Ele primeiro me ensinou a tirar sangue e a aplicar no músculo e ele me mandava para casa de todo paciente que ele operava. Eu tinha que ir na véspera da internação, na Casa de Saúde São José, onde ele operava. Aplicar no paciente 10 ml de sangue, e depois, 5 dias depois, ele não esperava cair a taxa a zero não, e cinco dias depois eu fazia a mesma a aplicação no paciente, ainda internado, porque naquele tempo as internações, duravam em média, uma semana. O que eu não sei é como é que ele tinha coragem de operar comigo auxiliando, porque eu só sabia era segurar os instrumentos e mais nada. O que eu tinha aprendido até então, era tirar sangue da veia e aplicar no músculo, mais nada. E nunca houve problema nenhum, ele teve com isso, uma das taxas menores que eu já vi até hoje de infecção hospitalar.
Ele fazia isso porque o trabalho do Jésse Teixeira, que foi feito especificamente para evitar infecções pós-operatórias, e que resultou no maior prêmio de trabalho publicado em 1940 e foi traduzido em duas línguas, para o francês e para o inglês esse trabalho foi um sucesso enorme. O meu pai usava esta técnica, porque ele tinha lido o trabalho de Jésse Teixeira. Ele tinha 150 cirurgias, operações diferentes das mais variadas, comparadas com outras 150 cirurgias idênticas que em uma teve 0% de infecções pós-operatórias, quando aplicado o sangue e na outra que não aplicava, a título de contraprova, ele não aplicava o sangue, as mesmas cirurgias, as mesmas operações, ele teve 20% de infecções. Porque havia naquela época um grande problema de infecções pulmonares no pós-operatório, porque a anestesia era feita com éter, e o éter irritava muito os pulmões. Havia uma facilidade muito grande de infecções.
Depois, eu me limitei a usar durante muitos anos a auto-hemoterapia exclusivamente para evitar, tratar de infecções, acne juvenil, que é uma infecção de estafilococos e também evitar infecções de cirurgias, nesse tempo eu era cirurgião, então eu também usava o mesmo método. A finalidade da auto-hemoterapia é basicamente combater bactérias.
Só a partir de 1976 é que eu passei a usar numa amplitude muito maior, graças a um médico, Dr. Floramante Garófalo, um ginecologista, que era assistente do hospital Cardoso Fontes em Jacarepaguá e que era a pessoa que mais conhecia equipamento hospitalar no Brasil. Então ele já estava aposentado, tinha 71 anos. E ele foi chamado pelo Dr. Amaury de Carvalho, que era o diretor do Hospital, para equipar o hospital, porque o Hospital tinha sido um sanatório de tuberculosos, e foi transformado no Hospital Geral, então precisava todas as clínicas serem equipadas e ele foi ser assistente do Diretor, e eu era também assistente do Diretor. Um dia, o prof. Garófalo chega se queixando de uma dor, uma dormência que sentia na perna quando andava uma caminhada de 100, 200mt tinha que sentar na rua, no meio-fio porque não conseguia mais andar. Então disse para ele, “olha Dr. Garófalo, você tem que ser examinado por angiologista; e nós temos um excelente aqui, chama-se o Dr. Antônio Vieira de Melo.” Ele examinou e disse que havia uma obstrução na sua coxa direita, na parte média da coxa. Aí o Dr. Garófalo quis saber de que tamanho era, então fomos para o raio-x e fizemos a arteriografia, tinha 10 cm de artéria entupida.
Aí, foi dito ao Dr. Garófalo pelo angiologista Dr. Antonio Vieira de Melo que fizesse uma prótese: Tirar uma parte desta artéria, os 10 cm obstruídos e substituir por uma prótese de material plástico chamado Dralon, o Dr. Garófalo riu e se negou a fazer isso (…) E me pediu que eu aplicasse nele a auto-hemoterapia; ele trazia a cada 7 dias uma seringa, já com tudo preparado, e eu fazia a aplicação da AH. No fim de 4 meses, ele me disseque sentia-se muito bem. Fomos comprovar essa cura. (…) Fomos ao Dr. Antônio Vieira de Melo e ele duvidou. (…) Fomos para o raio-x, quando foi feito a segunda arteriografia não havia mais obstrução alguma e assim ele viveu, com até noventa e tantos anos. Isso foi entre os meses de maio e setembro de 1976 que fiz essas aplicações no Dr. Garófalo. Ele, como compensação, resolveu me dar um presente, dois trabalhos sobre AH: um do Dr. Jésse Teixeira e outro do Dr. Ricardo Veronesi.
Há um intervalo entre esses dois trabalhos de 36 anos, um é de 1940 e o outro de 1976. Mas a impressão é que um foi feito para o outro, para combinar, um com o outro. Porque enquanto o trabalho do Dr. Jésse Teixeira se limitava à ação da auto-hemoterapia em evitar infecções pós-operatórias, neste aqui do prof. Ricardo Veronesi, que era professor da Universidade de Santos, a imunologia já tinha avançado muito mais e tinha se descoberto que o Sistema Retículo Endotelial (SRE) tem muitas outras funções, além da de combater as bactérias, muito mais do que isso.
As principais funções dele (SER) são, isso no trabalho do Prof. Ricardo Veronesi: (trecho lido pelo Dr Luiz Moura no DVD)
“1) Clearance (limpeza) de partículas estranhas provenientes do sangue ou dos tecidos, inclusive células neoplásicas (cancerosas), toxinas e outras substancias tóxicas.
2) Clearance de esteróides e sua biotransformação. (Eliminação dos hormônios e esteróides)
3) Remoção de micro agregados de fibrina e prevenção de coagulação intra vascular. (É o motivo pelo que eu tomo (AH) pra evitar enfartos e tromboses, tromboses cerebrais, enfartos das coronárias, porque ele faz a prevenção da coagulação intra-vascular, ele remove a um possível entupimento que possa ter havido, como removeu a fibrina que entupia a artéria femural do Dr Garófalo. Por isso que eu tomo(AH).)
4) Ingestão do antígeno, seu processamento e ulterior entrega aos linfócitos B e T.(o antígeno que produz a reação alérgica, então tem uma grande ação nas alergias, no tratamento das alergias)
5) Biotransformação e excreção do colesterol.
6) Metabolismo férrico e formação de bilirrubina.
7) Metabolismo de proteínas e remoção de proteínas desnaturadas. (Proteínas anormais)
"Desintoxificação e metabolismo de drogas.”
Dr.Luís Moura explica: – Respondendo por tantas e tão importantes funções, fácil é de se entender o papel desempenhado pelo Sistema Retículo Endotelial no determinismo favorável ou desfavorável de processos mórbidos tão variados como sejam os infecciosos, neoplásicos, (câncer) degenerativos e auto-imunes. Foi aí é que eu comecei com o tratamento em doenças auto-imune. Muito bem, agora o que é triste, triste, é que, o que o Prof Jésse Teixeira descobriu em 1940, em 1976, 36 anos depois ainda estava sendo estudado em países do primeiro mundo em ratos e aqui não teve a divulgação que deveria, está aqui, esse trecho aqui:
(outro trecho do trabalho do Dr. Ricardo Veronesi)
“Doenças Degenerativas"
O Sistema Retículo Endotelial, exerce papel importante na homeostase (quer dizer, manter o organismo saudável) inclusive dos Lípides (das gorduras) dessa maneira tem se demonstrado em animais que o Sistema Retículo Endotelial está implicado na produção e excreção do colesterol, quer endógeno como exógeno. Conclui-se daí que a hipercolesterolemia e, talvez, a arterosclerose (processo degenerativo das artérias que vão endurecendo) depende do perfeito funcionamento do Sistema Retículo Endotelial, podendo ser reduzida a taxa do colesterol sanguíneo através da imunoestimulação do sistema conforme experiências realizadas em ratos na Universidade do Tenessee (quer dizer, enquanto em 1940 no Brasil, o Prof. Jésse Teixeira descobriu em ser humano como estimular o Sistema Retículo Endotelial em 1976, 36 anos depois, nos Estados Unidos, no Tenessee, estava se estudando em ratos.) Estamos realizando experiências em tal sentido no serviço do professor Luiz V. Décourt em São Paulo. (entre parênteses, comentários do Dr. Luiz Moura sobre o Trabalho do Dr. Veronesi)
Quer dizer, então a AH é um recurso de enorme valor, porque com essa amplitude que o avanço da imunologia deu, porque antes realmente só se sabia que combatia as infecções. Eu só usava para reduzir o tempo de cura, por exemplo, de uma pneumonia, dava o antibiótico e usava simultaneamente a AH, com isso eu conseguia reduzir, primeiro, a pessoa não precisava tomar tanto antibiótico, e o tempo de cura se acelerava porque o antibiótico fazia a sua parte de, paralisar a reprodução dos micróbios e a AH estimulava os macrófagos a devora-los. Então complementava a ação um do outro e com isso eu tive resultados muito bons, em doenças, até com pneumonias duplas graves e resolvia os problemas associando esses dois recursos. Muita gente pensa que antibiótico é bactericida, não é. Antibiótico não mata bactéria, ele só paralisa a reprodução das bactérias, quem as mata é nosso sistema imunológico, é ele que completa o trabalho do antibiótico, o antibiótico dá chance de ativar o organismo para vencer a infecção.
ESCLERODERMIA
Dia 10/09/1976, nesse tempo, eu era chefe da clínica médica do Hospital Cardoso Fontes e tinha uma consultora dermatológica lá, Dra. Rícia Álvaro Florião, ela então fez um diagnóstico com três biópsias em uma senhora que há 8 meses não andava e foi internada no hospital. Bom, aí a Dra. Glória Moraes, chefe do Anatomo-Patológico, dá o laudo: esclerodermia fase final. Então a Dra. Rícia resolveu dar uma aula. Nós tínhamos toda segunda-feira uma aula dos casos que saiam da rotina. E esse era um caso bastante raro de Esclerodermia, uma doença auto-imune que não é freqüente. Ela deu uma aula belíssima, eu aprendi muito porque eu sabia apenas do que tinha lido nos livros, nunca tinha visto paciente esclerodérmico e eu era chefe dela! E quando estava terminando a aula e era para se dar o prognóstico, dizer o que pode ser feito pela paciente, a Drª. Rícia mandou a enfermeira levar a paciente. Eu entendi que chegara a hora de dizer o que tem de ser feito pela paciente. E você tira a paciente para ela não escutar… porque nesse caso não há nada a fazer pela paciente.
Eu disse para Rícia: “Você me entrega essa paciente para eu aplicar uma técnica, que não é corrente e chama-se Auto-hemoterapia? Ela riu na frente do seu chefe, que era eu e dos outros dois médicos, que eram meus assistentes, e disse assim: “- Dr. Moura, o senhor sabe que eu cheguei em maio dos EUA, que era residente médica lá, numa clínica para onde convergiam todos os casos de esclerodermia de todos os EUA e a clínica não era mais nada que um depósito de esclerodérmicos, eles não tinham mais nada a fazer. Então o senhor acha que pode fazer?” Eu falei: “- Olha, eu vou agora em casa pegar os dois trabalhos do Dr. Jésse Teixeira e do Dr. Ricardo Veronesi e você vai ver que a idéia tem fundamento.” Levei vinte minutos para trazer os trabalhos. Depois de avaliar os trabalhos ela disse:”- Ahh, Tem lógica, pode funcionar, vale a pena.” E eu então fiz (…) com uma dose brutal. Eu tirei 20 cc de sangue e apliquei 5 cc em cada em cada braço (deltóide) e 5 em cada nádega, porque eu tinha que produzir um resultado, ou funcionava ou não funcionava (…) A melhora foi uma coisa espantosa. (…) porque a pessoa com esclerodermia fica com a pele como se fosse pele de jacaré, dura, a pessoa morre numa situação terrível, em asfixia. O pulmão não tem condição de expandir, fica um bloco de madeira o corpo. (…)E por incrível que pareça 30 dias depois no dia 10/10/1976 essa paciente saiu andando do hospital.
Auto-Hemoterapia Conversa com Dr Luiz Moura
Copiado e adaptado do site Cura Alternativa: